
O mundo ainda não conseguiu dar um fim na guerra entre Rússia e Ucrânia e se vê — mais uma vez — às voltas com a escalada da tensão entre EUA e China. Dessa vez, o motivo é um balão.
Tudo começou na última quinta-feira (2), quando um balão chinês misterioso apareceu nos céus do estado norte-americano de Montana. Desde então, Pequim e Washington enfrentam uma crise diplomática.
A reação dos EUA foi imediata. Depois de derrubar o balão, o governo de Joe Biden não economizou nas palavras, classificando a situação como um ato irresponsável e que violava a soberania norte-americana e o direito internacional.
A China, por sua vez, disse que não passava de um aparato tecnológico usado para pesquisas meteorológicas, mas que foi desviado pelos ventos.
China manda recado para os EUA
Em meio à escalada de tensão, a China mandou hoje um recado para os EUA. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, pediu a ambos os lados que mantenham a calma.
“O que quero enfatizar em relação a esse acidente inesperado é que ambos os lados, especialmente os EUA, devem manter a calma”, disse Mao na primeira coletiva após Blinken resolver adiar a viagem a Pequim.
A porta-voz enfatizou ainda a natureza acidental da trajetória de voo do balão e disse que a China perdeu o controle de outros veículos desse tipo.
Quando questionada sobre quem ou que tipo de empresa fez o balão, Mao se recusou a compartilhar detalhes.
Mao reiterou ainda os apelos da China por “respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha” no relacionamento bilateral.
Mas não foi só de palavras amenas que o recado da China foi feito — Pequim também subiu o tom contra a decisão de Washington de derrubar o balão.
Após passar dias sobrevoando o território norte-americano, o balão foi derrubado no mar no estado da Carolina do Sul no final de semana.
O plano inicial era derrubá-lo dentro do estado de Montana, mas os EUA decidiram que seria melhor esperar ele chegar no mar para que não houvesse a possibilidade de destroços caírem sobre áreas habitadas.
Depois disso, o Ministério das Relações Exteriores da China expressou “forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas”.
De acordo com o jornal japonês Sankei, Washington teria sugerido ainda a implantação de mísseis de médio alcance no Japão como parte de um plano para reforçar as defesas contra a China.